Respondendo ao questionário (quer coisa mais meme do que ficar dizendo "meme"?) do LLL:
- Qual o livro que você mais relê?
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado de Assis.
2 - E que livro relido ficou melhor?
Idem.
3 - Dê exemplo de livros injustiçados que, apesar de muito bons, nunca foram devidamente louvados.
Qualquer Lobo Antunes (aqui no Brasil).
4 - Cite um livro decepcionante, que frustrou suas melhores expectativas?
“Retrato do Artista quando Jovem”, James Joyce.
5 - E um livro surpreendente, isto é, bom e pelo qual você não dava nada?
“Bufo & Spallanzani”, Rubem Fonseca.
6 - Há cenas marcantes na boa literatura. Cite duas de sua antologia pessoal.
1ª: O primeiro parágrafo de “A Metamorfose”, de Kafka (bem clichê).
2ª: A descrição do período de luto da personagem de “O Livro das Ilusões”, de Paul Auster, que perdera a mulher e os filhos em um acidente de avião. É uma condensação dos meus maiores pesadelos, parece que foi escrito para mim.
7 - Há personagens tão fortes na literatura que ganham vida própria. Cite os que tiveram esta força na sua imaginação de leitor?
Poirot, Gregor Samsa, Dorian Gray, o delegado Espinosa, Brás Cubas, Bentinho, Baleia, Florentino Ariza, Ahab, Moby Dick, o homem do subsolo, Gilgamesh, Jó, Baudolino, Julien Sorel, o Coronel a quem ninguém escreve, Rosinha (a canoa)... (putz, as únicas personagens femininas são uma canoa e uma cadela? Que misógino!)
8 - Qual o livro bom que lhe fez mal, de tão perturbador?
“O Escaravelho do Diabo”, Lúcia M. Almeida, quando o li pela primeira vez aos 12 anos. Fiquei pasmo com a revelação do assassino.
9 - E qual o que lhe deu mais prazer e alegria?
Não consigo responder. Fico lembrando de outro e mais outro...
10 - E o que mais lhe fez pensar?
“O Amor nos Tempos do Cólera”, G.G. Marquez.
11 - Cite...
a) um livro meio chato, mas bom
“A Paixão Segundo G.H.”, Clarisse Lispector.
b) um livro que você acha que deve ser muito bom mas que jamais leu
“Mr. Vertigo”, Paul Auster.
c) um livro que não é um grande livro, apenas simpático
“Quarta-feira”, Eric Nepomuceno. Contém um dos contos que mais me emocionaram até hoje: “História de Pai e Filho”... Acabei de relê-lo e me emocionei mais uma vez. É ótimo.
d) um livro difícil, mas indispensável
Qualquer Lobo Antunes. “Os Cus de Judas”, por exemplo.
e) um livro que começa muito bem e se perde
“Trem Noturno”, Martin Amis.
f) um livro que começa mal e se encontra
“Os Tambores Silenciosos”, Josué Guimarães.
g) um livro que valha apenas por uma cena ou por um personagem, ainda que secundário
“The Dark Half”, Stephen King.
12 - Qual o início de livro mais arrebatador para você?
São dois: o primeiro parágrafo de “A Metamorfose”, de Kafka, e a primeira linha de “Moby Dick”, de H. Melville: “Call me Ishmael.”
13 - De que livro você mudaria o final? Como?
“O Complexo de Portnoy”, Philip Roth.
Em vez de o analista dizer: “Ok, podemos começar”, ele diria: “Desculpe-me, mas eu estava divagando. O que você disse mesmo?”
14 - Que livros ficariam muitos melhores se um pedaço fosse suprimido?
Qualquer Saramago.
15 - Que livros que não têm nada a ver com você, até contrariam algumas de suas convicções e que ainda assim você considera bons ou recomendáveis?
“Q, O Caçador de Hereges”, de Luther Blissett.
16 - A literatura contemporânea é muito criticada. Cite livro (s), escrito (s) nos últimos dez anos, aqui ou no mundo, que mereça (m) a honraria de clássico (s) ou obra-prima (s).
Essa é difícil, falta distanciamento, mas vá lá: “O Livro das Ilusões”, Paul Auster; “Baudolino”, Umberto Eco; “O Calígrafo de Voltaire”, Pablo de Santis; os romances policiais de Luiz Alfredo Garcia-Roza.
17 - Por falar em clássicos. Para que clássico brasileiro de qualquer época você escreveria um prefácio daqueles que incitam a leitura?
“Incidente em Antares”, Erico Verissimo.
18 - Cite um vício literário que considere abominável.
Notas de rodapé maiores que o texto da página. Se precisa explicar tanto, algo está errado.
19 - E qual a virtude que mais preza na boa literatura?
Fluidez e verissimilitude.
20 - De que livro você mais tirou lições para seu ofício?
“A Tradução Vivida”, Paulo Rónai.
21 - E que a frase ou verso que escolheria como epígrafe desta entrevista?
“Foda-se o mico-leão-dourado”, não é literária, mas é a minha frase favorita.
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Um comentário:
I do not think so.
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