Pelos idos de 1995, eu trabalhava em uma loja de discos em um shopping de Sorocaba. Certa feita, voltando do almoço, me deparei com a mulher mais linda que eu já vi pessoalmente. Certeza de que era uma modelo e estava toda produzida. Lembro até hoje do arrebatamento que aquela visão causou em mim, mas foi rápido: ela estava passando em frente à loja, e eu, entrando.
Toda vez que me lembro dela, sinto aquele geladinho no peito.
Toda vez que me lembro dela, penso no poema "A une passante", do Baudalaire. E sorrio da fugacidade das paixões, lamento a nossa finutude.
Un éclair... puis la nuit! — Fugitive beautéDont le regard m'a fait soudainement renaître,
Ne te verrai-je plus que dans l'éternité?
Ailleurs, bien loin d'ici! trop tard! jamais peut-être!
Car j'ignore où tu fuis, tu ne sais où je vais,
Ô toi que j'eusse aimée, ô toi qui le savais!
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